sábado, 22 de maio de 2010

Casas Invisíveis 11

Enfim, o meu ensaio urbano, tem um propósito eminentemente civilizador. Irá filtrar sentimentos, educar e sensibilizar...Será?
Resolver como? Aquí entre nós, numa conversa franca! Nós! Os governos? Porque somos nós quem pagamos! Se os governos que somos nós, não correspondemos...Quem vai pagar a conta? Ou seja: Quem poderia e deveria ser também, responsável por toda essa intolerância?
Em contraponto, finalizo o paradoxo ao mesmo tempo! A afirmação de dois sentidos é tudo que destrói o bom senso. No sentido unilateral, é o que também, detona, deleta, o senso comum. A designação de "identidades fixas," nos leva do mutável ao ordinário... Assim, como "ser rico e ser pobre" Ter tudo e não ter nada. Trabalhamos com o excesso e a falta. Possuimos dois lados que não se equilibram nunca. O não senso, possui excesso de sentido, porque se opõe à aquilo que não tem sentido...


sexta-feira, 21 de maio de 2010

Casas Invisíveis 10

Essa interessante amostragen, nos leva às ruas... Cantos e recantos de significativas expressões populares, sempre ciceroneadas por "Moradores de Rua". Eles, sempre nos conduziram aos seus
lazeres e aos seus trabalhos.
Para tanta ousadia, somos figuras singulares, acompanhando "valores" que descrevem um povo, uma terra, memória do nosso patrimônio cultural.
"Autores, dessa colisão social, " vamos nos ocupar em demonstrar, nos ver construtores provincianos, interioranos ou mesmo de capitais em suas tradições de feitio...E aí, finalizo o foco:
Tudo que se alimenta, e as vezes ornamenta com jeito aconchegante e até simpatia, afiguram-se
mostrar pessoas amáveis, receptivas, "CORPO E ALMA DE UM PAÍS". Enfim, o meu ensaio urbano, tem u, p

Casas Invisíveis 9

Ele, realmente me pareceu herói que triunfou nas calçadas da vida... "A minha vida de coleções de peças antigas, discos, livros, revistas, liquidificadores e até relógio cuco, me fazem companhia" Ah! não podia do Rex, o meu fiel, vira-latas!..
Os mendigos, personagens desse "Projeto Alvo", promovem-se ao avançar numa campanha de conscientização das comunidades e na prevenção sôbre todas as questões relacionadas ao convívio. É esse princípio que reforça a "NECESSIDADE DE TRABALHAR", para obter ecos...Trabalhar em conjunto; Unir forças em campanhas regulares de informações que resultam em "Promoções Pessoais".
Não há como escapar :A prevenção e a informação, são sem dúvidas a ascenção incontestável da sociedade atual.
Da humanização e da sua sua realização e amplitude, poderão evitar meios nocivos, "VIOLENTOS"
a todos nós. (Educação, arte e formação de trabalho) sempre terão que ser repetitivos nessa luta.
A vida lúdica, vida doméstica e a vida sócio-econômica dessas pessoas serão mostradas através de textos, vídeos e fotos... Como uma grande atração, suas idéias e intervenções, serão sempre as suas realizações.

Casas Invisíveis 8

Nesse momento, o porteiro do edifício anexo, grita para o grupo: " Parem com isso! Já chamei a polícia! Aí, os garotos novamente se dispersaram. Pensei comigo: Absurdos como esses, não tem sentido quando nossos corações, olhos e mentes, estão voltados para aquilo que não se vê. É ver coisas que nunca pensei que acontecessem. E assim, o sr. Mário, continuava a viver ao sopro da sorte e dos bons ventos. E assim, todos os dias, saía em busca de sonhos e como realizá-los. Será que ele, saberia se defender do inesperado, das surpresas? será que deixaria por outras ruas, o pesadelo que achou nessa? Sempre deixa rastros interessantes para "Direitos Humanos" que os diagnosticam como isolados, com incômodos morais, passam privações e são discriminados racialmente e sócio-econômicamente. De outra vez, entrevistei o Velho Chico. Um senhor com quase oitenta anos e morador de rua, trinta anos. A minha primeira pergunta foi: O senhor gosta de viver assim? E na resposta:" Nada me falta aquí! Nada me assusta! Nada me incomoda! Só tem uma coisa que me irrita muito que são as regrinhas do abrigos feitos para nós. Não pode fazer isso! Não pode fazer aquilo! Isso, só com autorização do diretor! E tem mais:
Sou obrigado a cumprir os horários pra dormir! Aquí não! Ao contrário sou livre. Sou pobre e livre! Sabe, não me sinto bem preso em um asilo-reformatório. Ser mendigo, me faz feliz."

quinta-feira, 20 de maio de 2010

Casas Invisíveis 7

Que abismo era esse que não terminava nunca? Comecei com resistência à vislumbrar respostas para as minhas perguntas. Toda a ansiedade sôbre o meu projeto iria se esgotar em ratos, restos
e dejetos? E portanto, definiria: "Por isso somos cães de rua. Mortais comuns. Mas felizes como heróis; Como vencedores das ruas; Felizes finalmente como cães vadios. Pensei em existir a despeito de tudo. Mesmo sem se integrar ainda. Humanos, não demônios. Porcos, sem doenças, pés descalços, sem medo. Céu e chão sem escrituras...A mãe não chora e nem o pai, lamenta seus filhos desgarrados. Eles, sabem que uns tem armas que ferem que matam. Outros, influentes, moram bem coloridos pela escravidão do progresso. Os em preto e branco, esqueceram os segredos das famílias e todos os benefícios da paz. muitos não sabem assinar papéis. Mas souberam fazer leis para pré-julgar e se deram direitos. " Não sabemos ler; Não queremos ver; Não devemos crêr; Não devemos ter; Não podemos querer; Não podemos e nem
devemos ser. E sempre daremos um passo a mais na compreensão desse mundo..."
" O absurdo mora aquí", disse seu Mário, sentado numa cadeira e retirando objetos de dentro de um carrinho de supermercado. " " Moço! Toda noite, passa uma turma aquí, me ameaçando...Se não der o fora daí, vaí levar pedradas ou a gente vaí botar fogo na sua carroça!!! Esses meninos, são tudo filhinho de papai! Ainda não fui à delegacia dar parte, porque não tenho documentos!
Quer ver só! fica escondido no seu carro que daquí a pouco ele, voltam" O seu Mário, cobriu-se com a sus velha manta e sentou-se na cadeira. Não demorou dez minutos para que a turma voltasse a ameaçar. " Tamos doidão! Piradão! Somos os malucos da rua! Sua cabeça vaí rolar!..

Casas Invisíveis 7

" pai e minha mãe, moram na baixada. Pra lá de Mesquita!!! Outra coisa: A comida não é só pra nós não! Tudo, a gente reparte com eles. Até minha vó que já tá velhinha, come também..."
Pergunto ao Gatuno, sôbre qualquer trabalho que o fizesse ganhar dinheiro. Ele, responde: "Pra mim, o trabalho tem que nascer com a gente! Vejo na televisão que o trabalho, tráz felicidade. Que faz a gente ficar importante. Mas tudo isso, tem um pouco de mentira. A gente leva sempre o pé-na-bunda, quando fica doente! Acho que todo patrão, gosta mesmo é de operário padrão! aquele que nunca falta serviço e nunca fica gripado."Por último, perguntei ao Pistola, por que ele, andava armado? Respondeu: " Time que não faz gol, tem que levar né!? Me lembro que quando eu, tava na escola, a professora mandou eu plantar uma sementinha. deram o nome de sementinha da paz. Mandaram a turma arrumar caixinhas de fósforos, pra que a sementinha brotasse dentro da caixinha. Esse era o nosso dever de casa. A professora, pediu pra gente cuidar bem dela, como se fosse dentro do nosso coração. Porque com esse tipo de cuidado com a plantinha, era o mesmo que crescer como cidadão de bem e ter para cuidar um um belo jardim.
Um dia, faltou luz lá em casa, eu, peguei a caixinha de fósforo pra acender a vela, esquecí e fechei a caixinha. Aí, abafou a semente e ela apodreceu. A minha desculpa para a professora foi que eu,
tinha esquecido de botar água e por causa disso ela, morreu..."
Ruas estreitas, escuridões e adversidades, ao entrevistar pessoas com muitos adjetivos negativos e psicologicamente exarcerbados. Notei roubos de inocências e ingenuidades. Algumas vezes, sob chuva forte, eles lavavam as consciências. E muitas vezes, ficaram registradas nas imagens e nas vozes que não houve entendimento das perguntas.

quarta-feira, 19 de maio de 2010

Casas Invisíveis 6

Voltando aos porcos: Fedesgoto, lixólia e Gatuno, conversam sôbre a comida revirada. Lixólia fala
primeiro: " O que a gente come e bebe daquí, alimenta a gente. Os restos dos ricos, tem muita coisa boa ainda! Todos aquí na Joaquim Távora, já conhecem a gente, porque todas as noites, nós reviramos lixos por aquí!" E Fedesgoto, apoia : Nós escolhemos comer assim, porque meu pai e minha mãe, já faziam isso há muito tempo! Ninguém tinha dinheiro! Sempre comeram desse jeito! Então isso virou também, o nosso ganha pão! Antes de dormir, todo mundo come né moço!

Casas Invisíveis 5

Nessa "grande feira, à céu aberto" serão sempre considederadas "Xepas". Eliminá-las?desconsiderá-las? Só por se alimentarem de "lavagem"(comida de porcos) não quer dizer que estaremos avaliando, analisando, umas parcelas do nosso quadro sócio-cultural.Para alguns, as imagens são degradantes, chocantes...Dividir com os suínos, suas alimentações. Imagens que diante de tantas outras, canalizam para o que não é ser "casual". Demonstram que as interpretações são
reproduções dos grotescos e bizarros costumes.
Estigmatizar a população de rua, é desintegrá-la para que se perca, antes de ser conhecida. Como podutos de gerações expontâneas, se proliferam sem serem primários e muito menos ingênuos.
Magrela, Pistola e Ferrugem, são três adolescentes que fuçam sacos plásticos cheios de lixos, durante a noite e madrugada à procura de alimentos e objetos que podem gerar lucros. Assim como eles,outros menores abandonados, pivetes, trombadinhas e não carentes se misturam na disputa ao
lixo de toda a Niterói. Será que serão esses, os deserdados da sociedade e da sorte? O que sonham? Comprar roupas de griffe? Ou se contentam só em olhar vitrines? Sair dos morros e comprar casas na cidade para os pais? Uma casa completa, com tudo que uma casa de ter? Mas
ainda, são crianças e nessa vida urbana, vão descobrindo que o "tempo" é como a noite, passa rápido e quando o sol clarear, não podem se deixar serem surpreendidas. Dormem ao relento-
diário, para poder sonhar...


terça-feira, 18 de maio de 2010

Casas Invisíveis 4

Daí, qualquer indivíduo, poderá viver o inesperado, uma grande surpresa. É uma fantasia, dizer que a "identidade" é igual a sí mesma e não se encontra numa raiz arqueológica. Ainda hoje, se pergunta: Quem é você? E não, o que você quer? Quem busca a identidade, mergulha fundo na memória. Passado, presente e futuro, se confundem. As pessoas que se consideram excluídas, silenciadas, resistem e teimam em expor suas atitudes irreverentes. E mesmo à margens das classes A,B ou C, se impõe. A nossa amnésia, em relação a identidade social, faz com que esqueçamos essa população! Ignorá-los é mais compreensível. Tudo em nome da ciência; Da política; Da educação e da religiosidade. Mecanicamente, achamos que são domesticáveis e não constituem representatividade. São apenas figuras de observação. Abstraí-se os seus simples existir. Tornam-se invisíveis como mendigos, assaltantes, meninos de rua, viciados, traficantes, catadores de lixo e todos os outros que serão considerados nocivos à sociedade. Há que considerar a "ideologia" para o controle dessas populações. No tocante aos "Direitos Humanos " que interferem, intrometem com denúncias seletivas, sob a ótica judicial e aplicadas em alguns países...Se o avanço da violência, a prática de transgressões, formação de quadrilhas, vandalismo, enfim, "falanges criminosas"... O que fazer quando "resistir, não é crime?" O que fazer quando informação, formação e a "deseducação" estão asseguradas por choques culturais? Apenas expor os fatos, sem opiniões tendenciosas, me parece um jeito nacionalista de fazer frente à tantas críticas internacionais. Reconhecer que constituem grande parte da nossa população, deveria servir como referência de integração?

Casas invisíveis 3

"Os que mais ajudam são os velhinhos e o pessoal de igrejas. A maioria dessa gente mora aquí. Todo mundo mora bem! Enquanto a gente mora lá em cima(apontando pro morro do Cavalão.) Agora: tem gente que xinga a gente de vagabundo; Manda a gente catar latinhas;Procurar emprego!!! Nes
sa hora, eu, fico tremendo de raiva! Se eu, tivesse uma faca ou um revolver, eu, não sei não...Dava
um "teco" num!!!" Teórica e práticamente, as transgressões e agressões, representam tudo. Os atos se repetem. as atitudes, as violências são eminentemente transmissíveis e constantemente sancionadas pela opinião pública. Sua fundamentação é o "estímulo à mendicância" que tem como principal atributo, dar esmolas e fazer uma boa ação todos os dias. Essa caridade, para alguns estudiosos, é um jogo complexo de intenções e absolutamente, não recompõe o meio social. Essas situações, sempre foram evidenciadas históricamente. Dão existência a submundos e a cidadãos identificáveis que como os sociólogos afirmam: " Eles, sempre serão instrumentos de dominação para o ajuste social e controle".
A consciência de que a história é fragmentada e não linear, faz parte da compreensão moderna da história. Principalmente quando a "ação" se passa em tempos de desigualdades extremas...

segunda-feira, 17 de maio de 2010

Casas invisíveis 2

Penso que com suas bagagens, elas se vêem às voltas com suas lembranças e acabam mergulhando suas vidas salgadas no passado e revivendo medos e angústias com as pessoas que correm, caminham e cruzam os seus caminhos.
Assim, como eles, outros que ocupam a rua Joaquim Távora, sob marquizes ao lado das portas de aço das lojas Geni, Emília, Severino e Pedro ao lado dos cães vira-latas, buscam suas vidas, em meio ao caos. Seus olhos grandes e olhinhos atentos, demarcam espaços invisíveis. Em seus peitos, as instabilidades e talvez recordações.(...) Aí, eu, pergunto: Por que? Sempre existiu porquês em todas as histórias. Alguns incomodam. E muitos nem se incomodam com eles. Só com o primeiro nome e sem direção, sempre esperam a hora de sair com seus entulhos para outro canto qualquer. Sair dalí ou seja: Se mudar para outra casa que não existe. Na Mariz e Barros, uma menina, faz sinal pro motorista de onibus, pedindo para usar a entrada da frente. Antes de subir grita pra mim: Sou "dimenor" moço!!! Não posso sair em fotografia não! Com olhares perdidos, seus dois amigos ficam sentados no meio- fio, aproveito e pergunto se posso conversar com eles? Já começam desabafando:" A nossa vida tá cheia de mentiras! A vida da gente é uma misér.ia! Já estudei moço! O seu amigo afirmou a mesma coisa. nós saímos da escola, para ajudar em casa! Aquí na rua, a gente sempre encontra quem ajuda a gente!

quinta-feira, 13 de maio de 2010

Casas Invisíveis

Rua Moreira cesar, berço da moda de Icaraí, cartão postal da cidade de Niterói. Pela rua, perambulam três meninos com feições de desacato. Pés descalços, sem camisas, com bermudas sujas e estampadas. Duas meninas, os seguem pela calçada. O mais velho, ao passar por uma cafeteria, rouba biscoitos da mesa, onde duas moças faziam seus lanches. Coloca os biscoitos no bolso da bermuda e aproveitando o congestionamento, ziguezagueia através dos carros, correndo
para a outra calçada. Do outro lado da rua, Uma livraria em promoção, tráz à porta o seu dono que atento observa velocidade da corrida, folhear as páginas de um livro didático. "Uma Escola para o Povo" de Maria Tereza Nildecof. Fotografando, vejo à minha frente, equilibrando-se sôbre os canteiros nas calçadas, pisando em algumas plantas e flores. Do outro lado da rua, um dos adolescentes, chutava garrafas pet, copos e sacos de lixo. Um outro, como que aproveitando a meia parada dos carros, corre para atravessar a rua e ficar atrás de uma banca de jornais. E alí, agachado, tem a sua camiseta, enrrolada em suas mãos, para disfarçar um vidro com cola de sapateiro que já vinha cheirando há alguns quarteirões. Ao me ver com a câmera, faz um sinal de aviso e fala entredentes: " Posso quebrar essa pôrra!" Não revido a ameaça e penso comigo mesmo: Mostrarei muito mais do que pessoas, objetos e agressões. Mostrarei "O QUE NÃO SE VÊ." Alguns deles, moram no final da praia de Icaraí, atrás de muros altos dos restaurantes com todos os seus pertences. Destaco três importantes objetos: Uma banheira de plástico com um bêbe em seu interior, brincando com um caranguejo morto; Uma enorme mala, dessas que não se usam mais por ser muito pesada; Duas mochilas; Espumas de colchonetes; Um fogão, improvisado com pedras ; Várias latas de diversos tamanhos e cobertores. Fotografo a mãe, ensaboando o neném na água do mar.

segunda-feira, 10 de maio de 2010

O Burrinho.

Depois de tanto ouvir: Eu bato, chicoteio, arreio e boto freio!..O burrinho cangalha, veio pra cidade e deu de cara com o empresário Cachorrão. Lembram dele? Pois é! Assim que descobriu que esse burrinho falava, era só elogios de interesse. Dizia: O meu burrinho não é incrível! É uma mina de dinheiro! Tenho um burrinho que fala. Que outro bicho no mundo faz isso? E o burrinho respondeu: Papagaio, também fala não é? A diferença é que eu, não tenho asas. Por enquanto tenho rabo de burro e cabeça de jerico por estar com você! O empresário acrescentou: Comigo, você está no lugar certo! Durante todo o tempo esteve em lugar errado! Lugar errado por que? Retrucou o burrinho. Lugar errado que eu conheço é um lugar onde ninguém tem histórias pra contar porque ninguém tem histórias pra ler. Sem trocar idéias, cada um fica na sua, sem inventar nada. Ninguém tem ânimo para criar. No lugar errado, todo mundo fica escondido dentro de casa, guardadinho, vendo o tempo passar... Mas inventar o que? Pra que? Se tudo já foi inventado!Grita o empresário.
-Cuidado com a adrenalina. Senão vai ter um treco! Adrenalina, o que é isso? E o burro sou eu! Adrenalina, é um hormônio da camada medular. Desabafa o burrinho, continuando: A sua ignorância, me envergonha! Falta educação, informação, conhecimento, falta leitura, falta escola.
Ui! Ai! Minha glândula supra renal, assim, vai pro brejo! Não entendo nada do que está dizendo!
Mas vamos! Anda, anda, logo! Porque tempo é dinheiro! Vamos direto pro circo pra ganhar muito grana!..Circo nada, eu, vou para a biblioteca encher minha garupa de livros! Mas pra que?
Aí, já não tem o bastante? Eu, tenho uma idéia melhor,disse o cachorrão. Melhor do que ler? Você é um burrinho de carga mesmo! Livros pesam e pra que perder tempo com leitura? Você pode ganhar muito dinheiro. Ficar rico, rico! Rico de que jeito? Interroga o burrinho. Ganhar dinheiro como burro falante. Tomar um banho de loja, fazer pose pra dar entrevista, jogar conversa fora. Conversa fiada! Entendeu? Presta atenção: Põe a sua cabeça no lugar. Ler e perder tempo. Hoje em dia tem tudo na televisão. Leitura é ilusão. O negócio, é posar de famoso.
Essa é a sua grande chance!!! Nessa hora, o rabo espana e a consciência fala alto: Quem aí quer saber o que vão roubar de um burrinho? O que esse empresário quer fazer? Me fazer desaprender; Roubar a minha lingua; Ficar sem saber o que dizer; Ficar sem idéias; Engolir as
minhas palavras; Depois ficar com medo de tudo! Se sou burro, asno, besta, jegue, jumento, jerico ou mula, chega de burrice!!! A mágica da leitura, acaba transformando tudo. De cabo a rabo. A leitura é um bom calmante. Expulsa o patrão espertalhão. No lugar da ignorância, faz crescer o juízo. Agora eu sei que o sonho de ser famoso, as vezes cega a sabedoria!.. Diante da decisão do burrinho, o empresário Cachorrão, sai de fininho, dizendo que vai criar burro em outro lugar...


domingo, 9 de maio de 2010

A tartaruga e a bola

Tudo começou quando Tatá pretinha, tartarugava exercitando-se, todos os dias, sonhando ser a melhor jogadora de futebol do mundo. Ser um "craque" no time das estrelas.
Nem todos os dias acordava cedo. Mas quando acordava, tomava demoradamente o seu banho na torneirinha Pinga-Pinga, mordia a folhinha de samambaia e lá ia ela, treinar no seu campinho de vinte metros. Daí a pouquinho, pronto! completava o percurso. Quatro minutos e cinquenta e três segundos...Devagar, ia batendo mais um recorde no treino do dia.
Com esse sonho na cabeça, só pensava em ser famosa. Chutar o sol, cabecear a lua, enfim, só queria mesmo, jogar na "seleção número um do universo".
Sempre acampanhada da bolinha Chut-Chut, a Tatá pretinha, nas suas conversas animadas, se destacava pelas suas vaidades, trocando elogios com os seus vizinhos; Tigelinha Amarela e Paninho de Chão.
A bolinha Chut-Chut, disse:" Deixa comigo! Conheço todo mundo e vou apresentá-la ao Cachorrão, um empresário grana firme". Que só ele, sabia chegar lá no céu! E ti,ti,ti, e blá, blá, blá...
Bem, agora, já empresariada pelo Cachorrão, a tartaruguinha, ficou mais metida ainda! Quando passava pelas suas melhores amigas, Plantinha do Vaso e Garrafinha de Vidro, fazia um olhar esnobado de peixe morto. Nem- te- ligo! Desfilava, empinando o nariz, ignorando até as folhinhas de samambaia.
De cochicho em cochicho, todo mundo ficou sabendo o que se passava naquela cabecinha.Foi aí que Cachorrão, deu fim à história. Falou que aquele dia, era o grande dia! O dia em que Tatá pretinha, iria deixar de ser uma dessas aí qualquer, para ser uma tartaruga, de nome. Famosa!
Mandou Tatà, se agarrar bem às costas da bolinha, mirou, mirou a distância, tomou bastante carreira e... Tttttttttttuuuuuuuummmmmmmmm! Chutou com toda força bem pro alto... E lá se foram a bolinha Chut-Chut, com a Tatá, agarradinhas.
Se subiu, ninguem sabe, ninguem viu! Só se sabe que elas, atravessaram uma rua, depois outra e até hoje, ninguem mais ouviu falar delas. Espalhou-se as notícias que estão quicando por aí, nas estradas da vida.
O que tem pro almoço?
Ainda na "Fisiologia Doméstica do gosto", a alimentação é um fator fundamental de identidade cultural. As escolhas alimentares de determinados grupos sociais, são impostas por características do meio e possibilidades técno-econômicas dessa alimentação. Seu preparo e seu consumo, são de caráter ideológico. como a refeição tem fundamentalmente um sentido social...Através de grupos, comer juntos é uma forma de iniciar e manter relações interpessoais e inter-grupais. Com isso, é passado de geração em geração uma série de valores culturais. A comida, é a transação comercial de alto valor e convivência social na visão de um mundo sadio.


sexta-feira, 7 de maio de 2010


Mulheres
Mães que constróem; Trabalham; Imprimem;Retocam e modificam as realidades.
Mudam as coisas, mudam o mundo! Primeiro o lado grande, depois o da criança.
Original da mulher-mãe, o trabalho se reproduz todos os dias em "ação" como se
fossem processadores de seus ideais; A renovação se faz necessária, para que
não se torne um fim em sí mesmo e nem tão pouco desviem-se dos seus princípios
básicos de serem produtos de seus "interiores". São necessidades sociais, destinadas
à traduzir o nosso mundo... Elas, mães, sempre pensam em semear a paz e cultivá-la
em terras de "tudo e nada". Por certo, colherão dentro de sí, extremos frutos dessa
cultura. Intensamente cultivada, a paz é o alimento, é a celebração o motivo mais es
pecial para comemorar a própria "vida". A vida e a paz adubadas por uma consciência
coletiva, retribui às mães não serem feridas em sua dignidade, nem serem cerceadas
em suas liberdades e as fazem saber que os "produtos" da desigualdade e injustiça não
deixem nascer as ervas daninhas que poderão sufocar seus filhos.