quinta-feira, 20 de maio de 2010

Casas Invisíveis 7

Que abismo era esse que não terminava nunca? Comecei com resistência à vislumbrar respostas para as minhas perguntas. Toda a ansiedade sôbre o meu projeto iria se esgotar em ratos, restos
e dejetos? E portanto, definiria: "Por isso somos cães de rua. Mortais comuns. Mas felizes como heróis; Como vencedores das ruas; Felizes finalmente como cães vadios. Pensei em existir a despeito de tudo. Mesmo sem se integrar ainda. Humanos, não demônios. Porcos, sem doenças, pés descalços, sem medo. Céu e chão sem escrituras...A mãe não chora e nem o pai, lamenta seus filhos desgarrados. Eles, sabem que uns tem armas que ferem que matam. Outros, influentes, moram bem coloridos pela escravidão do progresso. Os em preto e branco, esqueceram os segredos das famílias e todos os benefícios da paz. muitos não sabem assinar papéis. Mas souberam fazer leis para pré-julgar e se deram direitos. " Não sabemos ler; Não queremos ver; Não devemos crêr; Não devemos ter; Não podemos querer; Não podemos e nem
devemos ser. E sempre daremos um passo a mais na compreensão desse mundo..."
" O absurdo mora aquí", disse seu Mário, sentado numa cadeira e retirando objetos de dentro de um carrinho de supermercado. " " Moço! Toda noite, passa uma turma aquí, me ameaçando...Se não der o fora daí, vaí levar pedradas ou a gente vaí botar fogo na sua carroça!!! Esses meninos, são tudo filhinho de papai! Ainda não fui à delegacia dar parte, porque não tenho documentos!
Quer ver só! fica escondido no seu carro que daquí a pouco ele, voltam" O seu Mário, cobriu-se com a sus velha manta e sentou-se na cadeira. Não demorou dez minutos para que a turma voltasse a ameaçar. " Tamos doidão! Piradão! Somos os malucos da rua! Sua cabeça vaí rolar!..

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