quinta-feira, 20 de maio de 2010

Casas Invisíveis 7

" pai e minha mãe, moram na baixada. Pra lá de Mesquita!!! Outra coisa: A comida não é só pra nós não! Tudo, a gente reparte com eles. Até minha vó que já tá velhinha, come também..."
Pergunto ao Gatuno, sôbre qualquer trabalho que o fizesse ganhar dinheiro. Ele, responde: "Pra mim, o trabalho tem que nascer com a gente! Vejo na televisão que o trabalho, tráz felicidade. Que faz a gente ficar importante. Mas tudo isso, tem um pouco de mentira. A gente leva sempre o pé-na-bunda, quando fica doente! Acho que todo patrão, gosta mesmo é de operário padrão! aquele que nunca falta serviço e nunca fica gripado."Por último, perguntei ao Pistola, por que ele, andava armado? Respondeu: " Time que não faz gol, tem que levar né!? Me lembro que quando eu, tava na escola, a professora mandou eu plantar uma sementinha. deram o nome de sementinha da paz. Mandaram a turma arrumar caixinhas de fósforos, pra que a sementinha brotasse dentro da caixinha. Esse era o nosso dever de casa. A professora, pediu pra gente cuidar bem dela, como se fosse dentro do nosso coração. Porque com esse tipo de cuidado com a plantinha, era o mesmo que crescer como cidadão de bem e ter para cuidar um um belo jardim.
Um dia, faltou luz lá em casa, eu, peguei a caixinha de fósforo pra acender a vela, esquecí e fechei a caixinha. Aí, abafou a semente e ela apodreceu. A minha desculpa para a professora foi que eu,
tinha esquecido de botar água e por causa disso ela, morreu..."
Ruas estreitas, escuridões e adversidades, ao entrevistar pessoas com muitos adjetivos negativos e psicologicamente exarcerbados. Notei roubos de inocências e ingenuidades. Algumas vezes, sob chuva forte, eles lavavam as consciências. E muitas vezes, ficaram registradas nas imagens e nas vozes que não houve entendimento das perguntas.

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