segunda-feira, 17 de maio de 2010

Casas invisíveis 2

Penso que com suas bagagens, elas se vêem às voltas com suas lembranças e acabam mergulhando suas vidas salgadas no passado e revivendo medos e angústias com as pessoas que correm, caminham e cruzam os seus caminhos.
Assim, como eles, outros que ocupam a rua Joaquim Távora, sob marquizes ao lado das portas de aço das lojas Geni, Emília, Severino e Pedro ao lado dos cães vira-latas, buscam suas vidas, em meio ao caos. Seus olhos grandes e olhinhos atentos, demarcam espaços invisíveis. Em seus peitos, as instabilidades e talvez recordações.(...) Aí, eu, pergunto: Por que? Sempre existiu porquês em todas as histórias. Alguns incomodam. E muitos nem se incomodam com eles. Só com o primeiro nome e sem direção, sempre esperam a hora de sair com seus entulhos para outro canto qualquer. Sair dalí ou seja: Se mudar para outra casa que não existe. Na Mariz e Barros, uma menina, faz sinal pro motorista de onibus, pedindo para usar a entrada da frente. Antes de subir grita pra mim: Sou "dimenor" moço!!! Não posso sair em fotografia não! Com olhares perdidos, seus dois amigos ficam sentados no meio- fio, aproveito e pergunto se posso conversar com eles? Já começam desabafando:" A nossa vida tá cheia de mentiras! A vida da gente é uma misér.ia! Já estudei moço! O seu amigo afirmou a mesma coisa. nós saímos da escola, para ajudar em casa! Aquí na rua, a gente sempre encontra quem ajuda a gente!

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